Dr Ivo Pitanguy: 'O homem deve comer de tudo'

Viviane Nogueira
 O cirurgião plástico Ivo Pitanguy (foto) traça um mapa dos corpos ao longo da história e sentencia: "A obesidade só foi admirada num momento muito primitivo da Humanidade". Para ele, o homem deve comer de tudo, mas pouco, sem ajuda de remédio algum e com muita orientação sobre nutrição. 
SOBREVIVÊNCIA: "As primeiras amostras de beleza estavam ligadas a isso, à Vênus Calipígia, uma mulher imensa, que era bonita porque nutria. Não era a beleza de forma estética, a beleza estava associada à capacidade de sobrevivência naquele momento, porque se alimentar é um programa diário na luta pela vida. Depois, com a Revolução Industrial, passou a ser menos difícil obter alimentos e surgiu o efeito do excesso, as pessoas passaram a se alimentar dentro do que era mais fácil."
OBESIDADE: "A obesidade só foi admirada num momento muito primitivo da Humanidade, quando o alimento não era acessível. Logo depois, na fase Helênica, o corpo já era visto de forma saudável. Na Idade Média, o corpo foi esquecido, era pecaminoso e renasceu na Renascença com fulgor, bem alimentado, mas sem obesidade. Houve essa evolução clara que foi refletida nas representações de beleza."
HOJE: "No momento, o que predomina e eu vejo muito na Santa Casa (da Misericórdia, onde coordena o Departamento de Cirurgia Plástica) é uma falta de orientação. Muita batata frita, muita cerveja, que com o acúmulo traz prejuízos. Outra coisa é a sociedade aceitar isso: nos EUA a obesidade é vista como um status mais ou menos normal."
EMAGRECEDORES:"Eu acho que não há nada mais nocivo que inibidor de apetite. A única forma de se reeducar é através da reeducação alimentar."
 EPIDEMIA: "Não estamos parecidos só com os americanos, a obesidade é um fenômeno mundial, mas os americanos estão tomando mais providências contra isso, como se fosse uma epidemia. Quando se fala em gordura - e não falo do aspecto estético, mas de saúde - sou a favor da reeducação alimentar. Não é só comer salada, defendo que o homem deve comer de tudo, comedidamente."

As informações são do jornal O Globo

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