Jornalistas do New York Times relatam drama do cativeiro

 O embaixador turco na Líbia Levent Sahinkaya, centro, na Embaixada da Turquia em Tripoli, na Líbia, com os quatro jornalistas do New York Times: da esquerda, Stephen Farrell, Tyler Hicks, Lynsey Addario e Anthony Shadid.
O jornal The New York Times traz depoimentos de seus quatro jornalistas que passaram seis dias presos por forças leais ao ditador da Líbia, Muammar Khadafi, após serem capturados em Ajdabiya. São eles Anthony Shadid, chefe da sucursal de Beirute, Stephen Farrell, repórter, e dois fotógrafos, Tyler Hicks e Lynsey Addario.
O relato é aterrador e mostra o sofrimento dos quatro, especialmente de Lynsey Addario, a única mulher do grupo:

Um deles removeu o tênis de Addario, tirou o cadarço e usou para amarrar seus tornozelos. Então um deles deu um soco em seu rosto e riu. “Então comecei a chorar”, lembrou ela. “E ele começou a rir ainda mais”. Um homem pegou em seus seios, o início de um padrão de comportamento perturbador que ela iria experimentar pelas próximas 48 horas. “Muitas vezes pegaram em mim”, disse ela. “Todos os homens com os quais tive contato basicamente sentiram cada polegada do meu corpo, menos o que estava embaixo das minhas roupas. (…)
Os soldados colocaram os quatro em um veículo e dirigiram pela cidade por volta das duas horas da manhã. Um deles ameaçou decapitar Hicks. Outro mexeu na cabeça de Addario e disse repetidamente que ela ia morrer. “Ele estava acariciando minha cabeça de uma forma doentia, de um jeito carinhoso, dizendo: “Você vai morrer esta noite. Você vai morrer esta noite”, disse ela.

Esse drama durou 48 horas, até que os jornalistas foram transportados para Trípoli, seguindo exigência do regime de Khadafi, que havia sido acionado pela diretoria do Times e por diversos diplomatas americanos desde o desaparecimentos do quatro.


Por José Antonio Lima - Época

Postar um comentário

0 Comentários