Lula e Dilma vão à 'briga' pelo real no G 20

Por Beatriz Ferrari e Luciana Marques
Em seu primeiro pronunciamento após a vitória de Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não tomará nenhuma medida impopular no fim de seu mandato. Ele prometeu deixar “a casa em ordem” para que sua sucessora assuma o poder sem sobressaltos.
Lula disse que levará Dilma à reunião do G20, em Seul, na próxima semana, para “brigar” para proteger o real e que, a partir de agora, o grupo vai “enfrentar Lula e Dilma”. O presidente reclamou da guerra cambial travada pelos Estados Unidos e pela China e ressaltou, ainda, que Dilma dará continuidade à política cambial em vigor, porque ela está de acordo com o regime de câmbio flutuante.
Salário mínimo - O presidente afirmou que o governo implementará uma política de reajuste e de valorização real do salário mínimo até 2023. Perguntado sobre a possibilidade de aumentar o mínimo para 600 reais, Lula classificou o tema como promessa de campanha da oposição, e disse que “o povo sabe o que é política séria e o que é promessa”.
Lula classificou a derrubada da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pelo Senado – que considera a maior derrota de seu governo – um “engano” e disse que “alguma coisa tem que ser feita pela Saúde”. Ele afirmou que a área da Saúde perdeu 40 bilhões de reais em investimentos com a queda da CPMF.
Dilma – A presidente eleita Dilma Rousseff fez um pronunciamento após o de Lula e tocou em alguns pontos citados pelo presidente. Ela afirmou que o salário mínimo pode chegar a 700 reais em 2014. Segundo a petista, o valor poderia chegar a 600 reais em 2011, caso não tivesse ocorrido a crise econômica.
Dilma disse que a base de cálculo para estabalecer o reajuste do salário mínimo, levando em conta a inflação corrente e o PIB de dois anos antes, será mantida. Mas afirmou que pode estudar meios de compensar o pequeno reajuste do mínimo para 2011 em decorrência do baixo crescimento da economia em 2009.
“No salário mínimo, temos um critério que considero muito bom, baseado na inflação e no PIB. Temos o problema que o PIB de 2009 se aproxima do zero, até um pouco menos de zero. O Brasil teve uma recuperação muito forte, então estamos avaliando se é possível fazer essa compensação”, afirmou.
Questionada sobre o programa Bolsa-Família, a petista disse que estuda um reajuste, mas ainda não sabe de quanto. Ela informou que não pretende enviar ao Congresso a recomposição da CPMF, mas que pretende manter negociações com os governadores sobre a questão da saúde, porque, segundo a petista, eles fazem “pressão” para que o fim da CPMF seja compensado.

As informações são do portal Veja

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