O juiz espanhol Baltazar Garzón é julgado por abuso de poder

O juiz espanhol Baltazar Garzón (foto) começou a ser julgado nesta terça-feira (17/01), em Madri, sob acusação de abuso de poder durante investigação que desmantelou uma rede de corrupção. Famoso por sua militância na área de direitos humanos, o juiz está no banco dos réus suspeito de autorizar ilegalmente a gravação de conversas entre chefes da rede Gürtel e seus advogados.

Garzón tornou-se conhecido nos anos 1990 quando emitiu uma ordem de prisão contra o ex-ditador Augusto Pinochet, que se encontrava em Londres, pela morte e tortura de cidadãos espanhóis durante seu regime (1973-1990). Leia mais
A acusação desta terça-feira é movida por dois empresários da Gürtel que aguardam julgamento por supostamente terem subornado membros do PP (Partido Popular), grupo político conservador de direita que reassumiu o poder no país. A Gürtel é considerada de formação de quadrilha com objetivo de corrupção política e é acusada de ser vinculada ao PP.

Ao chegar ao tribunal Garzón foi aplaudido por dezenas de populares, que exibiam cartazes com dizeres como: “Eles estão tentando esconder crimes perseguindo Gárzon”.

Caso seja condenado, o juiz será banido do magistrado por 17 anos – ele já está suspenso de suas funções jurídicas há dois anos. Famoso por sua batalha pelos direitos humanos, Garzón também é acusado em dois outros casos.

Ainda este mês, Garzón será julgado por investigar crimes cometidos durante o o regime do ditador espanhol Francisco Franco (1939-1976). O terceiro processo o acusa de receber propina de fontes não identificadas em troca de benefícios.

A defesa nega todas as denúncias, e afirma que os processos são perseguições políticas. A Promotoria espanhola recomendou que o magistrado seja inocentado das acusações.

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