Juízes gaúchos apoiam CNJ

FREDERICO VASCONCELOS
DE SÃO PAULO
O movimento de entidades de juízes para limitar os poderes de investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) recebeu mais uma crítica da própria magistratura.

O presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul, João Ricardo dos Santos Costa, diz que as entidades da magistratura que questionaram no Supremo Tribunal Federal a atuação do CNJ adotaram "reação desprovida de estratégia".

Segundo ele, a ação "somente atingiu a credibilidade do Judiciário perante a opinião pública".



.O CNJ está no centro de uma crise no Judiciário devido à discussão sobre o seu poder de investigação sobre os próprios magistrados. Recentemente, dois ministros do STF atenderam a ações da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), entre outras entidades, e suspenderam investigações do conselho contra tribunais.
As declarações do presidente da associação do Rio Grande do Sul estão em artigo que será publicado na segunda, no site da entidade.

Para Costa, as associações deveriam ser parceiras do CNJ na elaboração de políticas para o Judiciário. Ele também atribui o desgaste ao CNJ e ao STF. Mas diz que a AMB deveria cobrar publicamente os tribunais que não cumprem seu papel correcional".

Costa diz que o presidente da AMB, Nelson Calandra, tomou posse em dezembro com a bandeira de valorização da magistratura. "Um ano após a posse, chegamos a um descrédito jamais visto".

A manifestação de Costa foi precedida pelo abaixo assinado de 27 juízes federais contra a agressividade das notas públicas da Ajufe (juízes federais) criticando a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon.

O presidente da Anamatra, que reúne os juízes do Trabalho, Renato Sant'Anna, já afirmou temer que a polêmica fortaleça os que desejam a redução dos poderes do CNJ.

O presidente da AMB, Nelson Calandra, disse que recebe com humildade as críticas.

"Nenhuma deliberação foi tomada de modo unilateral. A estratégia preserva direitos dos magistrados, como os de qualquer cidadão", diz.

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