Funcionários de empresa ligada à Microsoft ameaçam suicídio coletivo

Operamundi
Funcionários caminham rumo à cobertura do edifício
Cerca de 300 chineses que trabalham na Foxconn, a maior fabricante de componentes eletrônicos do mundo, anunciaram no último dia 3 que iriam cometer um suicídio coletivo caso seus salários não fossem elevados.

Os funcionários, que trabalham na linha de montagem do console Xbox, da Microsoft, teriam ameaçado jogar-se do topo do edifício depois que a companhia negou-lhes o pedido de aumento salarial. Eles permaneceram na cobertura do prédio por dois dias. Leia mais

Segundo o jornal britânico The Sun, a Foxconn sugeriu que os insatisfeitos pedissem demissão e recebessem o salário deste mês. A companhia, contudo, não cumpriu sua parte do acordo, o que desencadeou a revolta dos funcionários.

O suicídio só foi evitado quando o prefeito de Wuhan convenceu o grupo de operários a retornar para o interior do prédio. Em entrevista à emissora norte-americana CBS, um porta-voz da Microsoft, uma das clientes da Foxconn, disse que sua empresa “leva a sério as condições de trabalho nas fábricas de seus produtos e que está investigando o caso”.
Fábrica de suicídios

Segundo matéria publicada pelo site italiano Linkiesta e reproduzida no Brasil pela revista Samuel, em 2010, 14 funcionários da Foxconn cometeram suicídio em protesto contra as péssimas condições de trabalho e as baixas remunerações.

A companhia, então, comprometeu-se a rever o número de horas de trabalho, os salários e as horas extras de seus operários. A Sacom (Estudantes e Acadêmicos contra o mal-comportamento corporativo, na sigla em português) revelou, contudo, que a promessa não foi cumprida.

Cerca de 120 entrevistas conduzidas pela ONG provam que os trabalhadores “continuam sendo obrigados a fazer hora extra” ao mesmo tempo em que permanece “um estilo militar de gerenciamento”. Uma ironia quando leva-se em consideração a frase de boas-vindas do contrato de admissão da companhia: ”felicitações por fazer parte da família Foxconn”.

Terry Gou, o principal executivo da empresa, é, segundo os leitores da revista Time, uma das pessoas mais influentes do mundo. Ele planeja deslocar parte das operações da Foxconn para o Brasil, aonde o investimento inicial em linhas de produção equivaleria a 12 bilhões de dólares.

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