Dois anos depois do terremoto, haitianos enfrentam violência e falta de higiene



Passam das 23h no horário de Porto Príncipe quando os militares brasileiros entram, armados, em um campo de desabrigados. A pé, os soldados passam pelas vielas formadas entre as barracas de lona, atentos a cada ruído. Em escuridão plena, iluminada somente pelas lanternas levadas para a patrulha, não se pode enxergar muito mais do que a passagem de pequenas sombras de ratos pelo chão.
O cheiro de urina é intenso e o percurso interminável. Alguns bancos de cimento são usados como cama por alguns desabrigados. Como em diversos pontos de Porto Príncipe, esta praça, localizada nas proximidades do Palácio Nacional, virou a moradia de milhares de haitianos após o terremoto de 7 graus na escala Richter, de 12 de janeiro de 2010, que matou mais de 300 mil pessoas e destruiu grande parte das construções da capital do país.

Dois anos depois da catástrofe, mais de 500 mil afetados pelo tremor ainda moram em barracas doadas como uma solução provisória para a situação de emergência em que ficaram os 1,5 milhão de haitianos que perderam ou tiveram que abandonar suas casas, segundo a OIM (Organização Internacional para a Migração). O Opera Mundi visitou três dos mais de 1.000 campos de desabrigados espalhados do centro de Porto Príncipe a um raio de 15 quilômetros da capital.



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